A Defesa Civil alertou que não é mais possível monitorar o local onde fica a mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió. O equipamento usado para medir com alta precisão a movimentação do solo foi levado pela água após a mina se romper no último domingo (10). A capital de Alagoas está em situação de emergência em função da possibilidade de desabamentos.

Leia mais

  • Colapso de mina da Braskem em Maceió é elevado ao nível máximo de atenção
  • O que está causando o desabamento de parte de Maceió?
  • O que é o sal-gema, cuja mineração está afundando Maceió?

Novo desabamento é possível?

Segundo a Defesa Civil Municipal, um novo equipamento deve ser instalado para avaliar se o solo continua afundando no local, mas não há prazo para isso acontecer. Já a Braskem informou que iniciou a instalação de um novo sensor na área, com apoio de um helicóptero, nesta segunda-feira (11), após autorização dos órgãos competentes.

Logo após o rompimento da mina, a Defesa Civil afirmou que não existia mais risco de um novo colapso na área. A mina 18 é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, mineração apontada como a causa da instabilidade no solo. As outras estruturas seguem sendo monitoradas.

O último registro feito pelo equipamento, horas antes de a mina ceder, apontava para uma redução na velocidade de movimentação do solo de 0,52 cm/h. O terreno no local já havia cedido 2,35 metros desde o dia 30 de novembro, quando essa medição passou a ser feita.

A região afetada pelo rompimento e as demais no entorno dos poços de sal seguem sendo monitoradas 24 horas por dia. Reforçamos que o evento se concentrou na mina 18, sem vítimas, já que a área estava desocupada, e o monitoramento não indica comprometimento de minas próximas.

Abelardo Nobre, coordenador da Defesa Civil Municipal de Maceió

O rompimento de parte da mina aconteceu às 13h15 de domingo, sob o trecho da lagoa Mundaú que fica próximo à margem do continente. As informações são do G1.

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Rachaduras em vários pontos da cidade evidenciam instabilidade do solo em Maceió (Imagem: Universidade Federal do Alagoas)

Entenda o caso

  • A Brasken tem autorização do poder público para realizar a extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC, na região.
  • Os primeiros problemas surgiram em fevereiro de 2018, quando foram avistadas rachaduras com até 280 metros de extensão.
  • No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado no local, provocando danos irreversíveis nos imóveis.
  • Mas foi apenas em 2019 que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmou que a mineração havia provocado a instabilidade no solo.
  • No mesmo ano foram emitidas as primeiras ordens de evacuação para moradores dos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro.
  • No total, mais de 14 mil imóveis em cinco bairros diferentes precisaram ser desocupados na região, afetando milhares de pessoas.