Jato de plasma ejetado por erupção solar recorde atinge a Terra
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, uma mesma mancha solar disparou três erupções seguidas, sendo uma delas a mais poderosa já registrada nos últimos seis anos. Como previsto, o jato de plasma ejetado por esse evento recorde atingiu a Terra – no entanto, de forma muito mais branda que o esperado.
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade solar;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela;
- Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do último.
Na última quarta-feira (13), a mancha solar AR3514 sofreu uma erupção de classe M, evento que atingiu a Terra de forma fraca na manhã de sexta-feira (15). A mesma mancha, logo em seguida, disparou uma explosão recorde de classe X2.8 (a mais forte desde 2017).
Como consequência, esperavam-se para domingo (17) tempestades geomagnéticas no nível G2 (moderadas) – em uma escala que vai de G1 a G5. Isso poderia inclusive ser intensificado por mais um jato de plasma ejetado exatamente da mesma mancha horas mais tarde, desta vez de classe M7.
Nada disso aconteceu. De acordo com o site de meteorologia e climatologia Spaceweather.com, o jato de plasma (também chamado de ejeção de massa coronal – CME) errou o alvo ou bateu tão suavemente que os sensores de satélite nem puderam detectálo.
Mesmo assim, ainda que tenha havido impacto mínimo na magnetosfera da Terra, o evento provocou a formação de auroras. “Eu podia vê-las mesmo sem minha câmera”, diz Kashmir Williams, que fotografou a exibição de Neah Bay, Washington, nos EUA.

Seguem abaixo outros registros, divulgados nas redes sociais:
🌳Norwegian Trees 🌳#northernlights #Auroraborealis #Aurora #polarlicht #norwegen #norway #trees #nordlys #nikonphotography pic.twitter.com/0Je8IPq1I4
— Andy (@meuselwitzer) December 18, 2023
Had some great late night shows the last few nights. No matter how many times I see these, they are always awe-inspiring. #northernlights #Auroraborealis #trucking #offroadtrucking #Alberta pic.twitter.com/dxON6cyEGS
— offroadtrucking (truckerswheel) (@truckingoffroad) December 18, 2023
Erupção solar recorde silencia transmissões de rádio na Terra
Durante a explosão solar de classe X2.8, as transmissões de rádio de ondas curtas foram silenciadas em partes do hemisfério norte. Na zona rural do Novo México, nos EUA, o radioastrônomo amador Thomas Ashcraft registrou o apagão.
“Como meu espectro dinâmico mostra, todas as transmissões de rádio terrestres de ondas curtas que chegam ao Novo México desapareceram por 10 a 15 minutos após a explosão. O apagão afetou todas as frequências abaixo de 30 MHz”, afirmou ele.
Minutos depois, a quietude foi interrompida por um “rugido” crescente, conforme se pode verificar neste arquivo de áudio de 90 segundos. Isso, segundo Ashcraft, foi uma radioexplosão solar Tipo II causada por ondas de choque na borda dianteira de uma CME. “A onda de choque deu um soco!”.