A febre dos patinetes elétricos ficou para trás há muito tempo. Você não vê mais os veículos circulando por aí, nem pelos bairros mais endinheirados de São Paulo, por exemplo. E o fenômeno se repete no mundo todo.

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Um caso que personifica a ascensão e queda do setor é o da empresa Bird Global, que tem sede em Miami (EUA). A startup americana foi uma das primeiras a oferecer o serviço. E a ideia era muito boa: facilitar o deslocamento pelas grandes cidades de maneira ecologicamente correta.

Fundada em setembro de 2017, a Bird teve uma estreia promissora e rapidamente virou um unicórnio.

Chegou a atrair cerca de US$ 500 milhões em investimentos de importantes empresas de capital de risco do Vale do Silício, como Sequoia Capital e Accel Partners, antes de se tornar uma companhia de capital aberto em 2021.

De lá para cá, porém, ela perdeu US$ 430 milhões, valendo agora menos de 7 mi – uma desvalorização de mais de 90%!

Recuperação judicial, mas sem desistir

Apesar de ser ecologicamente correto, as pessoas começaram a usar menos os patinetes elétricos.

Seja pelo custo ou pela facilidade, já que percorriam trechos curtos com ele – e que podiam ser feitos a pé. Tem ainda aqueles que simplemente enjoaram.

Existem também casos de cidades como Paris, que proibiram o aluguel de veículos. Isso sem contar o inverno no hemisfério norte, onde a neve atrapalha o uso dos veículos a céu aberto.

Foram, enfim, inúmeros motivos.

Fato é que a Bird Global recorreu agora ao Chapter 11, um instrumento da Justiça americana que é semelhante ao pedido de recuperação judicial aqui no Brasil.

A ideia, porém, não é fechar as portas. Os executivos afirmam que vão continuar operando, mas com essa barreira de proteção, numa tentativa de estabilizar as finanças.

Eles já conseguiram captar US$ 25 milhões.

O que aconteceu no Brasil?

  • Se em Paris os patinetes foram proibidos por causa dos acidentes, em São Paulo a prefeitura tornou obrigatório o uso de capacetes, o que acabou afugentando parte dos usuários.
  • A maior empresa que já operou por aqui foi a Grow, que surgiu da fusão entre a brasileira Yellow e a mexicana Grin.
  • Só que ela teve dificuldades com a manutenção das unidades, além do vandalismo e de furtos. E teve a falência decretada em novembro de 2023.
  • Já a Lime saiu do país em 2020, depois de apenas seis meses de operação.
  • A Uber também se aventurou no setor de patinetes no início de 2020, mas encerrou as atividades em julho do mesmo ano.
  • A pandemia de Covid-19 foi listada pelas 3 como um dos principais fatores que atrapalharam o desenvolvimento do negócio.

As informações são da ABC News.