A Grande Muralha da China é considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno e recebe mais de 4 milhões de turistas por ano. A imensa estrutura é deslumbrante, mas o segredo por trás da longevidade da construção sempre intrigou os historiadores. Agora, um estudo publicada na revista Science Advances pode acabar com esse mistério.

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Biocrostas atuam na conservação da estrutura

O trabalho foi conduzido por pesquisadores da China, dos Estados Unidos e da Espanha. Eles identificaram biocrostas de cianobactérias e musgos, além de espécies de líquens (associações mutualísticas entre fungos e algas) em mais de dois terços dos 600 quilômetros de construção analisados.

A presença desses materiais sempre foi motivo de discussão. Alguns temem que tais organismos danifiquem as estruturas, defendendo a remoção imediata deles sempre que encontrados. No entanto, o novo estudo sugere que essas biocrostas desempenham um papel vital na proteção contra o desgaste promovido pelo tempo, agindo como uma espécie de “pele natural”.

Segundo os pesquisadores, as amostras coletadas da estrutura contendo os organismos eram menos porosas e não se desintegravam tão facilmente quanto o material de paredes sem as biocrostas. As informações são da ScienceAlert.

Embora seja possível que as raízes e filamentos dos musgos e liquens estejam contribuindo para algum grau de desgaste da estrutura, as evidências indicam que os benefícios delas são muito maiores pensando na preservação da Grande Muralha da China.

Assim, a função protetora das biocrostas produzidas por sua redução de erodibilidade é muito maior do que a potencial biodeterioração causada por seu intemperismo biológico, tornando a primeira um aspecto mais notável e importante na proteção do patrimônio de terra.

Estudo publicada na revista Science Advances

Biocrosta encontrada em parte da estrutura da Grande Muralha da China (Imagem: reprodução/Bo Xiao)

História da Grande Muralha da China

  • A Grande Muralha da China tem mais de 21 mil quilômetros de extensão, começando na província de Gansu e terminando no Golfo de Bohai.
  • Ela atravessa vales e montanhas ao longo de 11 províncias do país e das regiões autônomas da Mongólia Interior e da Nacionalidade Hui de Ningxia.
  • Os pontos mais altos têm 8 metros de altura e 4 metros de largura.
  • A grande fortaleza foi construída para consolidar o império de Qin Shihuang.
  • A ideia era construir uma muralha para defender os territórios, que anteriormente tinham muralhas individuais e muito menores, de invasores.
  • Símbolo da unidade chinesa, a construção foi feita ao longo de quatro dinastias: Zhou (1046 a 256 a.C.), Qin (221 a 207 a.C.), Han (206 a.C. até 220 d.C.) e Ming (1368 a 1644).
  • Cerca de 300 mil dos mais de um milhão de trabalhadores que participaram dos esforços para a construção morreram em decorrência das condições de trabalho.
  • Na dinastia Han, o imperador Liu Bang utilizou a construção não só como proteção militar, mas também para regular o comércio da seda.
  • A muralha liga quase mil fortes e conta com espaços onde eram colocadas bocas de canhão.